quinta-feira, 26 de novembro de 2009

"Há nomes que a gente não deve pronunciar sem ter junto de si um copo de água para imediatamente lavar a boca."
Eça de Queirós

sábado, 21 de novembro de 2009

Ser mineiro

Ser mineiro é não dizer o que faz, nem o que vai fazer.
É fingir que não sabe aquilo que sabe,
É falar pouco e escutar muito,
É passar por bobo e ser inteligente,
É vender queijos e possuir bancos.
Um bom mineiro não laça boi com embira,
Não dá rasteira no vento,
Não pisa no escuro,
Não anda no molhado,
Não estica conversa com estranhos,
Só acredita na fumaça quando vê o fogo,
Só arrisca quando tem certeza,
Não troca um pássaro na mão por dois voando.
Ser mineiro é dizer “uai”,
É ser diferente,
É ter marca registrada,
É ter história.
Ser mineiro é ter simplicidade e pureza,
Humildade e modéstia,
Coragem e bravura,
Fidalguia e elegância
Ser mineiro é ver o nascer do sol e o brilhar da lua,
É ouvir o cantar dos pássaros e o mugir do gado,
É sentir o despertar do tempo e o amanhecer da vida.
Ser mineiro é ser religioso e conservador,
Cultivar as letras e as artes,
É ser poeta e literato,
É gostar de política e amar a liberdade,
É viver nas montanhas, é ter vida interior.

FOTOS 360 GRAUS


A Nikon 360 já tem lentes cilíndricas que giram automaticamente e tiram a foto para você.




domingo, 15 de novembro de 2009

Ô jardineira...

Ô jardineira...


Na cidadezinha do norte do Rio de Janeiro, a procissão de Senhor Morto caminhava lenta e piedosa, na sexta-feira da paixão, com o povo cantando, de maneira compungida, os hinos sacros. O velho padre na frente, o sacristão ao lado e os fiéis atrás, cantando as músicas que o vigário puxava. De repente um pequeno ônibus, que na região chamam de "jardineira", passou perto e começou a subir a íngreme ladeira da igreja, bem em frente da procissão. No meio da ladeira, a "jardineira" afogou, encrencou, parou, deu aceleradas fortes e inúteis e começou a dar para trás, de costas. Os fiéis não viram, mas o padre, atento, viu. E ficou apavorado. A "jardineira" já despencava numa grande velocidade. O padre gritou :

- Olha a jardineira !

E os fiéis começaram a cantar, em ritmo de samba :

- Ô jardineira, por que estás tão triste ? Mas o que foi que te aconteceu ? Foi a camélia que caiu do galho, deu dois suspiros e depois morreu.

A "jardineira" descambou ladeira abaixo, até que parou. Não atropelou ninguém. Sob o olhar do Senhor Morto ! Mas os fiéis não aguentavam de tanto rir. Sebastião Nery, em seu Folclore Político.

Para não molhar os bigodes, xícara toda diferente

Para não molhar os bigodes, xícara toda diferente









Bigode não se molha - Xícaras há de todas as épocas e modelos, porém a mais curiosa e original,  é a que tem proteção para que o bigode não mergulhe na bebida e cujo uso já foi muito difundido.

Apagão

Em Itaipu, falaram pro estagiário:



"Quando sair, não esquece, desliga tudo..."

O PADRE E O SECADOR DE CABELOS

O PADRE E O SECADOR DE CABELOS

Uma Senhora muito distinta estava em um avião vindo da Suíça. Vendo que estava sentada
ao lado de um padre simpático, perguntou: -Desculpe-me, padre, posso lhe pedir um favor?
-Claro, minha filha, o que posso fazer por você?
 -É que eu comprei um novo secador de cabelo sofisticado, muito caro. Eu realmente ultrapassei os limites da declaração e estou preocupada com a Alfândega. Será que o senhor poderia levá-lo debaixo de sua batina?
-Claro que posso, minha filha, mas você deve saber que eu não posso mentir!
- O senhor tem um rosto tão honesto, Padre, que estou certa que eles não lhe farão nenhuma pergunta. E lhe deu o secador.
 O avião chegou a seu destino.
Quando o padre se apresentou à Alfândega, lhe perguntaram:
-Padre, o senhor tem algo a declarar?
O padre prontamente respondeu: -Do alto da minha cabeça até a faixa na minha cintura, não tenho nada a declarar, meu filho.
Achando a resposta estranha, o fiscal da Alfândega perguntou:
E da cintura para baixo, o que o senhor tem?
-Eu tenho um equipamento maravilhoso, destinado ao uso doméstico, em especial para as mulheres, mas que nunca foi usado.
Caindo na risada, o fiscal exclamou: - Pode passar, Padre! O próximo...
A inteligência faz a diferença. Basta escolher as palavras certas.
by Bragion


















Tudo depende da maneira de dizer as coisas.

Certa vez, um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes.



Ele acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse o sonho.


"Que desgraça, senhor!", exclamou o sábio. "Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade!"


"Mas que insolente!", gritou o sultão. "Como se atreve a dizer tal coisa?!"


Então, ele chamou os guardas e mandou que lhe dessem cem chicotadas.


Mandou também que chamassem outro sábio para interpretar o mesmo sonho.


O outro sábio chegou e disse:


"Senhor, uma grande felicidade vos está reservada! O sonho indica que ireis viver mais que todos os vossos parentes!"


A fisionomia do sultão se iluminou, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao sábio.


Quando este saía do palácio, um cortesão perguntou ao sábio:


"Como é possível"? A interpretação que você fez foi a mesma do seu colega!!! No entanto, ele levou chicotadas, e você, moedas de ouro!"


Respondeu, então, o sábio:


"Lembre-se sempre, amigo, tudo depende da maneira de dizer as coisas..."


Esse é um dos desafios em nossos relacionamentos.


Desafio para as lideranças, para os educadores, para todos nós: a maneira de dizer as coisas, porque as palavras têm força, têm poder.


Elas podem gerar felicidade ou desgraça, moedas de ouro ou chicotadas, paz ou guerra.


A verdade deve ser dita, mas a forma como é feita pode fazer toda a diferença.


Que aprendamos a pronunciar palavras que elevam que tocam no coração, que transformam e que possibilitam uma convivência melhor nas famílias, nos grupos de amigos e nas equipes de trabalho!
by Jayme



 


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

ORIGEM CURIOSA DE PALAVRAS E EXPRESSÕES

ORIGEM CURIOSA DE PALAVRAS E EXPRESSÕES
Sérgio Martins Pandolfo*
“A etimologia é a certidão de nascimento da palavra”. SerPan

Cotidianamente nos deparamos na mídia, em qualquer de suas vertentes, ou mesmo em publicações literárias, com palavras ou expressões de origem incerta, duvidosa ou não sabida, que por serem de uso corrente, popular e já arraigado nos passam despercebidas. Neste texto damos, a seguir, alguns exemplos bem expressivos.
Brechó - negociante de roupas e objetos usados; alfarrabista; sebo (livraria). Corruptela de Belchior, nome do comerciante que estabeleceu, no Rio de Janeiro, a primeira casa de compra e venda de roupas e objetos usados.

Larápio - ladrão, gatuno, desonesto. Em Roma, um pretor de nome Lucius Antonius Rufus Appius, que se assinava L.A.R. Appius, exarava sentenças favoráveis a quem melhor por elas pagassem.

Verônica - nome próprio pelo qual ficou conhecida a mulher não identificada que, saída da multidão, enxugou o rosto sangrante de Jesus com um véu (Manto de Verônica), no qual ficou impressa a imagem do Salvador. Hoje bastante comum, o nome originou-se da junção dos termos latinos vero (verdadeiro) e ícone (imagem).

Gari - empregado da limpeza pública; varredor de ruas. Antroponímico de Aleixo Gary, incorporador de uma antiga empresa responsável pela limpeza das ruas cariocas. .

Carrasco - o que executa a pena de morte; cruel, malvado, verdugo. Antropônimo de Belchior Nunes Carrasco, algoz que terá vivido em Lisboa antes do século XV e que era o executor oficial dos condenados à morte.

Bonde - veículo de transporte urbano. Aquando da instalação desses veículos, no Rio de Janeiro, a companhia inglesa que explorava o serviço mandou confeccionar cupons que serviam de bilhetes ou passagens, nos quais vinha estampada a figura do carril sobreposta à palavra inglesa bond (obrigação, contrato exigível, título negociável).

Valdevinos - estroina, doidivanas, vagabundo. Antropônimo de Balduíno, cavaleiro que aparece em romances de cavalaria, pela forma Valdovinos.

Gasparino ou Gasparinho - fração de bilhete lotérico. Do antropônimo Gaspar (da Silveira Martins), político brasileiro que em 1878, ministro da Fazenda, autorizou o fracionamento dos bilhetes de loteria. .

Realengo - subúrbio carioca. Na estação ferroviária da Central do Brasil que servia à parada do Real Engenho, a placa identificadora trazia grafado Real Engº, que o povo de menor cultura lia realengo. .

Epitáfio - inscrição que se põe nas lápides dos túmulos. Do grego epitaphion (de epi = por cima + taphos = túmulo), através do latim epitaphiu.

Fecho Ecler - tipo de fecho rápido usado nas roupas, pastas, maletas, etc., atualmente também conhecido como zíper (do inglês zipper), marca registrada de uma botina com esse fecho. Do francês “fermeture éclair”, literalmente “fecho relâmpago”, porque se abria e fechava com rapidez.

Futebol - o popular jogo em que somos pentacampeões mundiais. Do inglês “football”, formado de foot (pé) + ball (bola). Há um termo vernacular português, ludopédio, proposto para substituir o anglicismo. Não pegou.

Índio - os silvícolas das Américas. Ameríndios. Colombo saiu da Espanha tencionando circundar a Terra para chegar às Índias. Errou os cálculos e, ao aportar nas Bahamas, julgava ter atingido as costas indianas, denominando os nativos de índios.

Manequim - boneco que representa homem ou mulher e é usado para estudos científicos, trabalhos de costura ou para expor roupas em vitrines. Do holandês mannekijn (manne = homem + kijn = zinho), através do francês “mannequin” = homenzinho.

Preto no branco - registrar por escrito, explicando minudentemente. Pôr o preto (a tinta) no branco (o papel), para fazer o registro .

A sete chaves - algo seguro, bem guardado e protegido. Com o deslanche das navegações ultramarinas, Portugal sentiu a necessidade de manter seguros documentos sigilosos, bem como a quota-parte (imposto) da Corte, relativa ao ouro extraído das colônias. Por isso utilizava arcas ou cofres providos de fechaduras que só abriam com a introdução de seis chaves diferentes nos respectivos orifícios. Cada chave ficava com um funcionário graduado, dignitários do reino, às vezes com o próprio rei. O dito popular aumentou para sete, o número de chaves, a fim de enfatizar a extrema segurança do que está bem guardado. Mais seguro que os haveres do reino!

Puxa-saco - bajulador, adulador, chaleira. Gíria militar com que eram designados os ordenanças que submissamente carregavam os sacos de roupas dos oficiais em viagem.

Carcamano - designação pejorativa dos italianos, em especial os vendedores de gêneros alimentícios. Corruptela de calca a mão, com que se os imputavam de praticarem, ao pesar os produtos, para aumentar o peso .

Cuspido e escarrado - igual, semelhante, muito parecido. Deturpação popular do dito original: esculpido e encarnado.

Mal e porcamente - de forma insuficiente, deficiente. Corruptela popular da expressão inicial: mal e parcamente (pouco, escasso).

Rameira - mulher da vida, prostituta. Assim denominada porque à altura dos séculos XV e XVI, em Portugal, as tabernas que contavam com mulheres disponíveis para serviços sexuais remunerados costumavam assinalar isso colocando, na porta, ramos de árvores.

De mão beijada - de graça, gratuitamente. Quando um súdito recebia graciosamente um presente do rei, a única retribuição possível era beijar, respeitosamente, a mão da majestade, em agradecimento.

Mausoléu - sepulcro suntuoso. Em alusão ao túmulo de Mausolo, rei da Cária (na Turquia), que sua mulher Artemisa mandou erigir em Halicarnasso (capital da Cária), de tal suntuosidade que foi tido como uma das sete maravilhas do mundo.

Amazona - mulher que anda a cavalo: mulher corajosa, aguerrida. O termo deriva do grego amazon, formado pelo prefixo a = não, sem e pelo radical mazos = seio, para designar mulheres lendárias que, na Antiguidade, teriam vivido às margens do mar Negro. Segundo a lenda, extirpavam o seio direito para facilitar o uso do arco e melhor guerrearem. No século XVI, a designação foi dada por Francisco Orellana a mulheres com iguais características, cuja existência histórica é discutida, e que teriam combatido os conquistadores ibéricos na região depois denominada Amazônia, por conter o “rio das Amazonas”.

Parauara – designativo gentílico do nascido no Estado do Pará. Mesmo que paraense. Vem do tupi para’wara, que quer dizer: o que nasceu das águas (do rio-mar). Assemelhadamente ao neologismo paraensismo costumamos nos valer do derivado parauarismo para caracterizar o ufanismo do povo lá originado por seu torrão setentrional (o Pará).