domingo, 8 de janeiro de 2012

Kodak se prepara para pedir concordata

Kodak se prepara para pedir concordata
5 de janeiro de 2012
12h49
Nayara Fraga
Atualizado às 20h12
A Kodak, empresa do segmento fotográfico fundada em Nova York há 131 anos, está se preparando para pedir proteção à falência, segundo o The Wall Street Journal. Apesar de tentar evitar a concordata por meio da venda de 1.100 patentes, a companhia já conversa com bancos sobre US$ 1 bilhão em financiamento para se sustentar durante o processo de recuperação judicial.-

A história da Kodak – linha do tempo
Pessoas próximas ao assunto afirmaram ao diário que o pedido de concordata pode ocorrer já em fevereiro. O fato, para o jornal, entraria para a história como uma “decadência impressionante de uma empresa que já esteve no ranking dos grandes titãs do mundo corporativo americano”. Um porta-voz da Kodak não quis comentar “rumores ou especulação de mercado”.
O diário lembra que a Kodak atraía engenheiros talentosos de todos os cantos dos Estados Unidos para sua sede, em Rochester, Nova York (veja foto acima), e investia dinheiro em pesquisas que produziram milhares de avanços em imagem e outras tecnologias. “A companhia, por exemplo, inventou a câmera digital, em 1975, mas nunca conseguiu capitalizar com a nova tecnologia”, diz o Journal.
No período de concordata, a Kodak continuaria a operar normalmente, mas o foco seria a venda das patentes em um leilão com supervisão judicial. A empresa emprega 19 mil pessoas, cujo destino agora está envolto em dúvidas.
Essa incerteza, segundo o diário americano, era impensável na Kodak. Seu quase monopólio no setor de filmes fotográficos produziu altas margens de lucro que a companhia costumava compartilhar com seus funcionários. Era tradição, firmada pelo fundador George Eastman, distribuir bônus com base nos resultados dos trabalhadores, e eles “usavam os cheques para comprar carros e comemorar em restaurantes luxuosos”, conta o Journal.
Exclusão
Outro sinal de que a outrora líder do segmento fotográfico está em momento delicado é a possibilidade de exclusão da empresa da Bolsa de Nova York. Isso pode ocorrer caso ela não consiga um aumento no preço de suas ações, cotadas a US$ 1 há mais de 30 dias consecutivos.
Em 1997, a ação da Kodak custava US$ 90. Na última sexta-feira, o papel fechou a US$ 0,76. A empresa tem seis meses para obter um preço de fechamento de, pelo menos, US$ 1 no último dia útil de qualquer mês, e preço médio de ao menos US$ 1 nos 30 dias úteis de operação anteriores.
Fotógrafos
Dada a força do nome Kodak no segmento fotográfico, natural que fotógrafos lamentem o cenário obscuro em que se encontra a empresa com a qual um dia eles estabeleceram vínculo. “Fotógrafos se preparam para a provável morte da companhia que foi uma âncora de suas vocações por toda a vida, embora nenhum deles se demonstre surpreso”, diz o Washington Post, em referência a mensagens desses profissionais no site de microblogging Twitter.
“Triste saber que um dia nossas crianças não entenderão a frase ‘Kodak Moment’”, disse o perfil de @RebeccaCarelli no site. “Momento Kodak” era o mote publicitário usado pela empresa para definir uma cena que merecia ser fotografada.
A ironia de ser a criadora do equipamento responsável por sua própria decadência ganhou tom de piada no site de tecnologia Cnet, uma das publicações de destaque do setor. “Obrigado, Kodak, por inventar a fotografia digital e destruir sua linha principal de produtos. O jeito é tirar uma (foto) para a equipe”, dizia o cartão eletrônico feito pelo site.
O Cnet afirma que rumores em Taiwan sugerem que a empresa fará ainda menos câmeras no próximo ano, já que ela não pode mais acompanhar o ritmo de Canon, Sony e Nikon.

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