terça-feira, 29 de março de 2011

O eterno contador de histórias

Basílio de Moraes Cavalheiro Filho (dezembro de 1916, março de 2011)
Quando criança, Basílio viu São Paulo ainda sob a luz dos lampiões a gás. Já idoso, divertia amigos contando que quando moleque de calças curtas, ele e os amigos corriam pelas ruas do Centro atrás do funcionário público que acendia os lampiões somente para ter o prazer de apagá-los.
Ainda jovem para lutar, participou da Revolução Constitucionalista de 1932 como mensageiro. Aos 16 anos ficou órfão de pai e foi trabalhar como office-boy. Participou de competições de natação no Rio Tietê e, na década de 1940, andou de moto em Interlagos . Estudou contabilidade e foi diretor do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo, além de professor de Contabilidade Geral e Industrial. Além de seu próprio escritório, atuou na área de loteamentos em Serra Negra, Niterói e Ubatuba. No início da década de 50, conheceu Ubatuba, para onde mudou-se em 1959 e abriu na cidade uma loja de materiais de construção.(Diário de São Paulo)
Foi vereador várias vezes, presidente da Câmara e prefeito da cidade em duas gestões, na década de 1970. Adorava também o ritmo da cidade grande e, até poucos meses antes de adoecer, ainda morando em Ubatuba, vinha periodicamente a São Paulo. Em Ubatuba, onde morou até o fim da vida, tinha amigos em todos os lugares e, ao andar pela cidade, parava para cumprimentar e conversar com cada um deles, tomar um cafezinho e talvez comer um salgadinho. Parecia imortal. Mas, em 15 de março, aos 94 anos, partiu, deixando esposa, filhos e netos, que ficam com as boas lembranças de um incansável contador de histórias.

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